Eficácia do Novo Método “Os tumores desaparecem completamente com mais frequência, aumentando assim a chance de evitar a cirurgia e manter o reto normal e a função retal. Além disso, há menos metástases,” afirmou Bengt Glimelius, Professor de Oncologia na Universidade de Uppsala e Consultor Sênior no Hospital Universitário de Uppsala.
Impacto sobre Pacientes e Tratamento O câncer retal afeta cerca de 2.000 pessoas na Suécia todos os anos. Dessas, um terço apresenta um alto risco de recidiva. Quando diagnosticados, parte do intestino é frequentemente removida, o que pode levar à necessidade de uma bolsa de colostomia ou problemas com o controle intestinal. Os pacientes geralmente recebem radioterapia ou uma combinação de radioterapia e quimioterapia concomitante por cinco semanas, seguidas de cirurgia e, geralmente, uma rodada adicional de quimioterapia por até seis meses.
Resultados do Estudo Um estudo conduzido pela Universidade de Uppsala na assistência médica cotidiana mostra que é possível dobrar a chance de eliminar a necessidade de remover cirurgicamente parte do intestino se toda a radioterapia e quimioterapia forem administradas primeiro, com a cirurgia reservada para se necessário.
“Se o tumor desaparecer completamente durante o tratamento, a cirurgia não é necessária. Isso significa que o reto é preservado e a necessidade de uma bolsa de colostomia e de um novo reto é eliminada,” disse Glimelius. Um grande número de médicos, pesquisadores e enfermeiros de pesquisa contribuiu para o estudo. Dados dos pacientes foram coletados do Registro Sueco de Câncer Colorretal (SCRCR), incluindo 461 pacientes.
Comparação com o Tratamento Tradicional O câncer retal localmente avançado foi tradicionalmente tratado com uma combinação de radioterapia e quimioterapia, seguida de cirurgia e quimioterapia adicional. Há quatro anos, um estudo randomizado mostrou que uma nova abordagem—uma semana de radioterapia seguida de pouco mais de quatro meses de quimioterapia—resultou em mais tumores desaparecendo completamente e menos metástases distantes. Embora tenham sido notadas ligeiramente mais recidivas locais mais tarde, Uppsala foi a primeira região a adotar esse tratamento, embora com um período de quimioterapia reduzido para três meses. Várias outras regiões seguiram o exemplo.
Confirmação dos Resultados O novo estudo confirma os resultados do estudo randomizado anterior, com o aumento nas recidivas locais não observado. “Com o tratamento antigo, o estudo randomizado não encontrou nenhum tumor em 14% dos pacientes que se submeteram à cirurgia. O novo modelo dobrou essa cifra para 28%. O novo estudo sueco teve os mesmos resultados, mas sem aumento na taxa de recidência local após quase cinco anos de acompanhamento. É importante mostrar que tratamentos experimentais também funcionam na assistência médica cotidiana,” acrescentou Glimelius.